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Golpes em seguros: esquema bilionário atinge MT com mortes e roubos forjados

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Em Mato Grosso, cinco motoristas estariam envolvidos em fraudes por meio de “carros dublê”. (Foto: PJC-MT)

Fraudes incluem carros dublê em MT, mortes forjadas no Paraná e falsos sequestros em SP; prejuízo às seguradoras supera R$ 2 bilhões

Uma investigação jornalística de alcance nacional revelou um esquema de fraudes contra seguradoras em vários estados brasileiros, incluindo Mato Grosso. A apuração, exibida pelo Fantástico, nesse domingo (23), mostrou como grupos criminosos simulam roubos, acidentes e até mortes para obter indenizações milionárias de forma ilegal.

Em Mato Grosso, pelo menos cinco motoristas estariam envolvidos em fraudes com “carros dublê”.

Os suspeitos contrataram seguros após acidentes reais e, em seguida, usaram imagens de outros veículos semelhantes para burlar a vistoria online. Os automóveis apresentados como danificados não correspondiam aos que realmente sofreram os acidentes.

Casos semelhantes foram identificados em outros estados. No litoral do Paraná, por exemplo, Orlando Luiz Pires Júnior, de 49 anos, foi dado como morto após um suposto afogamento. Dois meses depois, ele reapareceu vivo durante uma audiência trabalhista.

A polícia concluiu que a morte havia sido forjada para que um amigo recebesse R$ 2 milhões em seguro de vida.

Em São Paulo, câmeras de segurança desmentiram o relato de uma motorista que registrou furto de veículo, mas foi flagrada voltando ao local para buscá-lo.

Outras fraudes incluem um falso sequestro em São Vicente, no litoral paulista, onde um caminhoneiro alegou roubo de carga avaliada em R$ 700 mil. As investigações mostraram que ele integrava uma quadrilha especializada em encenar crimes para enganar seguradoras e revender produtos ilegalmente. 

Já no Rio de Janeiro, uma mulher teria convencido um mecânico a incendiar o próprio carro para simular assalto, mas o profissional desistiu e relatou o caso à polícia.

No Ceará, dois motoristas encenaram uma colisão para tentar receber R$ 200 mil em indenização. Peritos constataram que a batida havia sido proposital. As polícias civis de São Paulo e Minas Gerais já identificaram ao menos 26 boletins de ocorrência com características semelhantes, envolvendo roteiros detalhados que os golpistas passavam para motoristas simularem os crimes nas delegacias.

De acordo com a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), os pedidos de indenização considerados suspeitos ultrapassaram R$ 2 bilhões apenas no primeiro semestre de 2024. Especialistas alertam que esse tipo de fraude afeta todos os segurados, ao encarecer os contratos e sobrecarregar a estrutura policial.

Para o advogado Luiz Felipe Pellon, o aumento das tentativas de golpe reflete diretamente no bolso do consumidor, já que segundo ele, além de sobrecarregar as forças de segurança com investigações desnecessárias, as seguradoras precisam investir em sistemas para identificar golpes, o que encarece o valor dos contratos.

As polícias de São Paulo e Minas Gerais identificaram 26 boletins de ocorrência suspeitos, com relatos semelhantes de assaltos em suas capitais e outros sete municípios. Em muitos casos, os criminosos criavam roteiros detalhados para os motoristas cooptados seguirem nas delegacias.

No caso do falso afogamento de Orlando no Paraná, cinco pessoas foram indiciadas por estelionato e associação criminosa. A polícia afirma ter provas de que o grupo atuou em conjunto para fraudar o seguro de vida. Todos os envolvidos já respondem judicialmente.

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