Em uma ação que une arte, educação e cidadania, o Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT) promoveu, na quinta-feira, dia 21 de agosto, a apresentação da peça teatral RE-Cortes. O espetáculo integrou as atividades do Agosto Lilás, mês dedicado à conscientização pelo fim da violência contra a mulher, e teve como objetivo sensibilizar adolescentes e jovens sobre os impactos da violência de gênero, além de fortalecer a rede de prevenção e denúncia.
Encenada pela Cia VostraZ, a peça foi exibida em três sessões no Teatro Municipal Agostinho Bizinoto, para estudantes da rede pública municipal e estadual. A montagem é baseada em uma história real e aborda temas como ciúme excessivo, violência psicológica, patrimonial e física, cárcere privado, desvalorização dos estudos e do trabalho, entre outros aspectos da violência doméstica.
A produção foi realizada a pedido da Procuradoria de Justiça Especializada na Defesa da Criança e do Adolescente, dentro do projeto “Prevenção Começa na Escola”, que leva ações educativas a instituições de ensino em todo o estado.
A apresentação em Alta Floresta marcou a primeira exibição pública da peça, que contou com apoio do Conselho Municipal de Segurança Pública, da Promotoria de Justiça local, do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, da Prefeitura Municipal e de outras instituições parceiras.
Para o promotor de Justiça Guilherme da Costa, a iniciativa é essencial diante dos números preocupantes do município. “Cerca de 37% dos processos criminais em Alta Floresta estão relacionados à violência doméstica ou contra a mulher. A violência doméstica compromete não apenas a vítima, mas todo o sistema de segurança pública. Precisamos investir em ações educativas que interrompam esse ciclo antes que ele chegue ao Judiciário”, afirmou.
O defensor público Vinicius William Ishy Fuzaro ressaltou a relevância do debate. “É importante trazer para o debate esse tema da violência para despertar na sociedade o senso crítico. Essa peça é uma forma de conscientização. Infelizmente a violência contra a mulher ainda está presente na sociedade”.
Por fim, o promotor Guilherme da Costa reforçou o caráter educativo da ação. “Essa iniciativa proporciona levar de forma lúdica esse tema para a sociedade. Através da peça as pessoas têm conhecimento dos caminhos e quais são os canais de denúncia”.