Representantes de diferentes modalidades esportivas apresentaram demandas e sugestões de melhorias para o setor.
A Câmara Setorial Temática (CST) do Esporte realizou a segunda reunião na última quinta-feira (30), no auditório da Arena Pantanal, em Cuiabá.. Representantes de diferentes modalidades esportivas, treinadores, profissionais de educação física e pesquisadores participaram do encontro de ouvidoria. Nesta fase, os integrantes da CST estão recebendo as demandas e sugestões da comunidade para depois separar os grupos de trabalho.
O presidente da CST do Esporte, deputado Beto Dois a Um (União), destacou que o trabalho deverá extrair as ideias e os ideais dos envolvidos no dia a dia do esporte, sejam atletas, educadores físicos e federações. “A implantação desta Câmara representa uma grande vitória para todos aqui. Hoje pudemos ouvir muitos profissionais e atletas e agora vamos avaliar a necessidade de uma terceira reunião de ouvidoria ou se já daremos início aos grupos de trabalho e passar para um momento mais definitivo. Mas eu faço questão que a ouvidoria aconteça, porque enquanto fui secretário, construímos grandes projetos ouvindo e tirando da experiência de quem está linha de frente. O Poder Público precisa ouvir mais e esta Câmara é para isso”.
E foi em torno das sugestões e demandas que a segunda reunião foi realizada. A professora de rede estadual de educação e pesquisadora, Leilane Lima, falou sobre os impactos positivos que as escolas vocacionadas ao esporte têm para as crianças e sugeriu que mais escolas sejam implantadas por meio de editais. “O primeiro contato com o esporte, muitas vezes, acontece nas escolas. Percebemos que estas crianças conseguem se desenvolver melhor, tanto no esporte, quanto em outros aspectos, já que as atividades são um importante aliado no combate a ansiedade”. Atualmente, Mato Grosso possui 14 escolas vocacionadas para o esporte.
A sugestão foi muito bem recebida pelo secretário de Estado de Esporte, Davi Moura. “Gostaria de agradecer a contribuição da Leilane que, além do relato, nos apontou para uma possível solução. Os editais podem ser o caminho para investir nas escolas conforme a aptidão daquela comunidade. Não adianta querem investir no vôlei, se naquela cidade, ou naquela escola se pratica basquete. Temos que potencializar os talentos locais”.
Outro questionamento feito durante a reunião foi com relação ao parâmetro utilizado para concessão de bolsas por meio do projeto Olimpus. Atualmente, estão aptos a concorrer a bolsas os atletas que atingem os índices olímpicos, ou seja, que entram no ranking nacional da modalidade esportiva. O questionamento, entretanto, é que isso pode impedir que potenciais campeões sejam incluídos no programa.
Davi Moura explicou que este é um aspecto delicado, pois é preciso criar critérios legais para concorrência, mas que a secretaria já estuda meios para incluir esportistas que tenham destaques regionais. “Uma possibilidade seria a indicação da Federação, mas ainda estamos avaliando. Quando há recursos públicos envolvidos, é preciso que tudo seja feito de forma clara e dentro da legislação”.
O ex-secretário de esporte, Jefferson Neves, destacou que no primeiro ano do projeto Olimpus havia cerca de 150 inscritos e hoje já são 600 bolsas concedidas por ano. Os recursos são dados a atletas e treinadores que tenham potencial olímpico para que possam manter os treinos.
O presidente da Federação Mato-Grossense para Cegos, Luiz Carlos Grassi, falou sobre a necessidade de aumentar a oferta de atividades nas escolas com inclusão das pessoas com deficiência. “O esporte é a segunda maior ferramenta de inclusão depois da educação. Ter uma Câmara discutindo isso já representa um grande avanço para nós”.