Nomeado Secretário de Esporte, Cultura e Lazer, em junho desse ano, o ex-judoca David Moura, acredita que os projetos sociais e as bolsas que o estado de Mato Grosso fornece aos atletas possam contribuir para um número ainda maior de competidores nas Olimpíadas de Los Angeles 2028.
Praticante de um esporte olímpico, David conta sobre o investimento do Estado, aos atletas que residem ou praticam diversos esportes em Mato Grosso. Ao todo, 480 atletas recebem o auxílio como o Bolsa Atleta e já se destacam em competições nacionais e internacionais.
GD: Qual a importância do incentivo do governo para os atletas que já participaram das Olimpíadas desse ano e para os que podem participar em 2028?
David Moura: A Olimpíada é a maior venda esportiva do planeta e é o sonho de todo atleta. Quando a gente tem uma atleta nossa como a Lissandra, como a Ana Vitória que foi prata, a gente possibilita aos atletas que estão no dia a dia com eles, treinando do lado, o sonho de chegar lá. Porque quando a gente fala de Mato Grosso, a gente sabe, que há uma distância. Hoje, esse apoio que o Estado consegue possibilitar o atleta a sonhar, porque tudo é dinheiro, tudo é caro.
GD: Quantos atletas são beneficiados?
David Moura: Ao todo, 480 atletas de diversas modalidades, diversas categorias e 85 técnicos, que são os caras que ajudam no dia a dia da preparação desses atletas. Porque dentro do projeto Olimpus, comporta o bolsa atleta, o bolsa técnico e o projeto olímpico.
GD: O que o atleta precisa fazer para participar desse incentivo?
David Moura: No último edital que fechou no dia 5 de agosto, o atleta que ganhou até 6º lugar no campeonato nacional na modalidade dele, durante o último ano, tem direito a entrar na bolsa atleta e aí ele entra no edital, que é um concurso onde ele vai ser avaliado, a pontuação dele vai ser toda avaliada e ele com esse resultado tem direito a entrar nessa busca por uma bolsa atleta. O resultado tem que ser obtido numa competição oficial da modalidade. Uma vez tendo esse resultado, o atleta dá entrada na documentação e passa por todo um processo que dura normalmente dois a 3 meses de avaliação, análise e depois tem a pontuação. Então são categorias, tem bolsas internacionais, a nacional. Mas basicamente é isso, campeão estadual não tem direito a bolsa, é resultado dos nacionais.
GD: Como você acredita que os projetos Olimpus, Bolsa Atleta, Bolsa Técnico e Prêmio Olímpico, podem melhorar o desempenho dos atletas?
David Moura: Quando a gente fala de transformação, a gente fala que ela quer mudar a história da família dela a gente precisa da educação financeira, a gente precisa dar um auxílio de transição de carreira que eu tive, a gente precisa preparar esse atleta para o futuro também, independente do esporte, tem um momento que a gente tem que parar e seguir a vida e às vezes a transformação está no estudo, está na preparação para essa nova vida. A Lissandra, por exemplo, ela conseguiu pontuar, porque a gente conseguiu apoiar ela, não só com o Bolsa Atleta, com o Bolsa Técnico, mas com a passagem para a Europa, então hoje o atleta sabe que se ele chegar num nível de estar entre os melhores do estado, ele vai ter possibilidade de se desenvolver onde for preciso.
GD: Nessa olimpíada, nos tivemos o judô com recordista de medalha, esporte que você praticou. Como você vê que isso pode influenciar na formação de novos atletas?
David Moura: Eu possuo uma academia de judo particular, e tenho projeto social, o Instituto Reação. A procura aumentou absurdamente na semana seguinte da Olimpíada. O resultado de Paris foi histórico, fizemos um ouro que faz muito tempo que não tinha. No final, o Judô ganhou uma moral interna que cresceu muito dentro do processo da Olimpíada.
GD: Qual a expectativa para as próximas olimpíadas?
David Moura: É difícil arriscar quantos atletas vamos conseguir mandar para Los Angeles, mas a gente vê quanto é importante não só levar o atleta para a Olimpíada, e sim fazer um investimento em atletas que já foram, e fazer com que eles aumentem essa possibilidade dele ganhar medalha. Então desenvolver, elevar o nível, mandar para treinamentos, dar mais estrutura, fisioterapia, preparar eles para poderem ter mais chances de melhores resultados.