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PARALIMPIADAS ESCOLARES: Cerimônia de abertura encanta os estudantes de Mato Grosso

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(SEDUC/SAEL)

Um garoto sem os dois braços toca o Hino Nacional com a guitarra nos pés. Um grupo de jovens amputados fazem acrobacias de dança de rua. Um medalhista paralímpico sem as duas mãos. Essas pessoas foram os grandes exemplos de superação que fizeram da abertura das Paralimpíadas Escolares em São Paulo uma noite mágica, onde os jovens paratletas puderam perceber que sim, “nós somos capazes de fazer coisas extraordinárias”.

A festa ocorreu na noite desta terça-feira (22), no auditório do Hotel Holiday Inn e contou com a presença de paratletas, de 12 a 17 anos, de 24 Estados, mais o Distrito Federal. As delegações formaram verdadeiras torcidas organizadas.

A turma vibrou muito com a apresentação de um grupo de breakdancing (dança de rua) de garotos amputados. Eles impressionaram a todos pela leveza e energia nas piruetas e giros com o corpo no tablado do palco.

Quando um garoto, sem os dois braços, começou a tocar na guitarra o Hino Nacional com os pés, o estudantes mato-grossense, Marcos Amaral, que tem paralisia cerebral e dificuldade motora não acreditou no que os olhos viram. “Nunca tinha visto uma coisas dessas. Que exemplo!”, exclamou o paratleta de 12 anos que representa Mato Grosso no tênis de mesa.  

Marcos estuda na Escola Estadual 29 de Junho, na cidade de Paranatinga (a 338 quilômetros de Cuiabá). Ele irá participar de uma competição pela primeira vez. “Comecei a praticar tênis de mesa incentivado pela minha mãe, gostei e não parei mais. Espero dar o meu melhor nos jogos”, disse a garoto.

As Paralimpíadas Escolares não deixa de ser um estreia para a técnica do tênis de mesa da delegação de Mato Grosso, Andressa Ueharo. Ela, que já participou de um mundial de atletismo de deficientes visuais, irá pela primeira vez compor a comissão técnica de Mato Grosso em uma paralimpíada. “Trabalho desde 2007 com o paradesporto e mesmo assim estou com aquele frio na barriga, ansiosa para que a competição começo logo”, disse a professora.

Certa vez, Marcos Jesus, que estuda na Escola Estadual Dante Martins de Oliveira, em Várzea Grande, sonhou que estava em um auditório cheio de gente, numa grande festa. Na noite desta terça esse sonho se tornou realidade e o garoto, que é cadeirante, pode ver de perto um atleta paralímpico que antes ele só via pela televisão.

E não era qualquer paratleta, tratava-se do multicampeão no atletismo, o brasileiro Yohansson, que foi medalhista de prata nas Paralimpíadas do Rio de Janeiro, disputadas neste ano. “Eu via os atletas competirem pela TV e ficava imaginando como seria participar de um grande evento. Hoje eu estou aqui, na festa de abertura da Paralimpíadas Escolares. Meu sonhou foi realizado”, disse.

A solenidade de abertura contou ainda com o desfile das bandeiras das delegações que vão participar dos jogos. A responsável por carregar a bandeira de Mato Grosso foi a mesatenista Samara Pinho (16 anos), que estuda na Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae-Cuiabá).

Autoridades

O secretario Adjunto de Esporte e Lazer (Seduc/Sael), Pedro Luiz Sinohara, destacou que a presença de Mato Grosso nas Paralimpíadas Escolares é uma das prioridades do Governo do Estado. “Esse governo tem como proposta fortalecer as políticas públicas que favoreçam as pessoas com deficiência. E esse evento é uma grande ação nesse sentido”, destacou o gestor.

Sinohara enfatizou que a proposta do Governo é gerar oportunidade para as pessoas que mais precisam. “É o que eu sempre repito. Nosso objetivo é criar a condição e oferecer as ferramentas necessárias. Até porque os deficientes não querem caridade, eles querem oportunidades para a prática de esportes”, salientou.

Já o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons, ressaltou o sucesso da Paralimpíadas do Rio Janeiro, que teve mais de 2 milhões de ingressos vendidos. “E acreditem: vocês são os futuros paratletas que irão representar o país nos jogos”, disse a plateia repleta de estudantes.

Parsons ponderou que o esporte não forma apenas grandes atletas ou paratletas, mas também grandes profissionais e bons cidadãos. “O esporte mostra o melhor de nós. Sejam todos bem vindos. E eu declaro aberta a oitava edição das Paralimpíadas Escolares”.

Paralimpíadas Escolares

As Paralimpíadas Escolares serão realizadas de 22 a 25 de novembro. Serão oito modalidades em disputa (atletismo, bocha, futebol de 7, goalball, judô, natação, tênis de mesa e tênis em cadeira de rodas), e todas elas terão provas no novíssimo CT Paralímpico, na Rodovia dos Imigrantes, na capital paulista.

Mais de 700 atletas de 12 a 17 anos estão inscritos para as Paralimpíadas Escolares deste ano. Eles representam 24 estados e o Distrito Federal (apenas Roraima e Piauí não têm competidores para esta edição).

O evento é realizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

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