O Fórum Brasileiro de Segurança Pública realizou a publicação do estudo “Cartografias da Violência na Amazônia” na última quinta-feira, 30, que trouxe uma radiografia completa do crime na Amazônia Legal. O estudo revelou as três facções criminosas atuantes e em guerra por território em Mato Grosso, das 11 cidades investigadas pelos pesquisadores, em mais da metade existe uma guerra, Alta Floresta é apontada como uma das cidades marcada pelo alto índice de criminalidade.
A pesquisa divulgada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública teve foco na análise dos dados de violência nos 09 estados que fazem parte da Amazônia Legal, o estado de Mato Grosso é apontado como um local estratégico para o crime organizado por estar localizado na fronteira com a Bolívia, tornando-se “uma zona de entrada da droga no Brasil”, atualmente é apontado pelo relatório três facções atuantes: o CV [Comando Vermelho], o PCC (Primeiro Comando da Capital) e a Tropa do Castelar.
“No Estado apresenta-se o predomínio da facção CV [Comando Vermelho], principalmente na zona transfronteiriça com a Bolívia, que contém mais de 730 km de extensão, tendo a cidade de Cáceres como a principal referência” conforme trecho do documento.
Apesar da predominância da organização criminosa comando vermelho o estudo revela a disputa ‘sangrenta’ em busca de ganhar território mato-grossense, principalmente nas regiões fronteiriças que são as principais zonas de confronto, uma vez que é por meio das estradas vicinais que parte do contrabando entra no País.
“Além de Cuiabá e municípios vizinhos, os municípios ao longo da rota rodoviária são estratégicos para escoar a droga para as demais regiões brasileiras”.
O levantamento analisou as cidades onde Cáceres, Cuiabá e Porto Esperidião são controladas pelo CV, apenas Mirassol D’Oeste é controlada pelo PCC. Entre os seis municípios Alta Floresta, Rondonópolis, Rosário Oeste, São José do Rio Claro, Tangará da Serra e Várzea Grande, se tem a disputa entre duas facções o CV e o PCC. A Tropa do Castelar atua somente em Sorriso, onde a guerra entre as facções é mais intensa, envolvendo ainda membros do CV e PCC.
“As afirmações contidas neste capítulo retratam o momento no qual foi feito o levantamento, mas as interações criminais são dinâmicas e o quadro pode ser alterado a qualquer tempo, especialmente porque estamos tratando de relações que envolvem a corrida pelo controle do território”, diz trecho.
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