(G1)
A ex-mulher do empresário italiano Alessandro Carrega Dal Pozzo, de 63 anos, e o marido dela foram indiciados pela Polícia Civil do município de Barra do Garças, a 516 km de Cuiabá, por envolvimento na morte de Dal Pozzo. Ele foi encontrado com marcas de tiro no dia 5 de agosto, em estado avançado de decomposição, no Bairro Jardim das Mangueiras, naquele município. Segundo o relatório final do inquérito, o crime foi motivado por disputa patrimonial.
Para a polícia, desde o início das investigações os dois eram tidos como os principais suspeitos, visto que era os únicos desafetos da vítima. Eles estão presos desde outubro. No indiciamento, a polícia pede a conversão da prisão temporária em prisão preventiva.
Poucos dias após a morte do italiano, a ex-mulher dele entrou com uma ação de inventário dos bens, “sendo essa a cristalina motivação do crime, ou seja, natureza de disputa patrimonial”, de acordo com o inquérito da Polícia Civil.
Segundo as investigações, Dal Pozzo e a ex-mulher brigavam na Justiça após o término do relacionamento. Ela requeria o direito de posse da fazenda da vítima, que era registrada no nome dela. Além disso, de acordo com a Polícia Civil, a ex-mulher do italiano comprou uma fazenda de R$ 2,5 milhões. O montante é superior ao valor recebido por ela após acordo judicial com o ex-marido.
Durante mandado de busca e apreensão na casa do casal, foram encontrados objetos que poderiam estar ligados ao crime. Após perícia técnica, foi constatado que uma bota da ex-mulher de Dal Pozzo, era compatível com uma pegada deixada no local do crime.
De acordo com a polícia, outra evidência que liga o casal ao crime é que a caminhonete furtada da vítima foi encontrada em uma propriedade rural do casal. Além disso, a polícia suspeita que um montante de R$ 250 mil sacado pelo suspeito, tenha sido usado para pagar os executores do crime.
O Consulado Italiano acompanha o caso, e, segundo a polícia, forneceu um DVD com áudios de conversas entre Dal Pozzo e a ex-mulher discutindo a relação e falando sobre ameaças de morte e questões patrimoniais.
Investigação
Para a polícia, o casal tentou dificultar o trabalho dos investigadores. Eles teriam pagado uma testemunha para mentir durante interrogatório. “A estória inventada pelos dois tinha a intenção de fazer a polícia e demais órgãos fossem induzidos a erro nesta investigação, de forma criminosa e ardilosa”, diz o inquérito.
Ainda segundo a investigação, o suspeito sempre soube que era investigado e dificultou a interceptação telefônica do celular dele. Os dois “não se não tivessem nenhuma participação, não teriam se preocupado em buscar apontar linhas de investigação”.