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Entre os anos de 2005 a 2009, 2 mil e 693 pessoas morreram vítimas de diabetes em Mato Grosso. O número, considerado muito alto, faz parte das estatísticas mostradas pelo Sistema de Informação de Mortalidade de MT.
Um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que existem no Brasil mais de 16 milhões de pessoas com diabetes, o que equivale a 8,1% da população brasileira.
No Estado, são cerca de 184 mil portadores da doença, que mata aproximadamente 72 mil e 200 adultos com mais de 30 anos anualmente, e representa 6% das mortes no país.
Nesta segunda-feira (14), é lembrado o Dia Mundial do Diabetes, quando várias atividades são desenvolvidas para alertar as pessoas sobre a doença e o que precisa ser feito para levar uma vida normal, sendo portador dela.
Acervo pessoal Andreia e o filho, reaprenderam a viver e lidar com a doença |
Conviver diariamente com o diabetes não é tarefa fácil. Formada em Direito e estudante do curso de Nutrição em Cuiabá, Andreia Kruger conta que precisou descobrir como lidar com doença.
Em abril de 2014, o filho dela, Max David Kruger, de 6 anos, que na época tinha 3 anos, passou mal em casa e foi levado ao hospital às pressas.
Ela conta que foi tudo muito rápido. “Quando os sintomas surgiram, ele já estava em cetoacidose (coma diabético), foi uma noite de horror até chegarmos à unidade de terapia intensiva. Lembro-me de sentir um misto de desespero e necessidade de força, quando o diagnóstico se confirmou”, relata.
“Eu não sabia nada sobre diabetes, para mim não era doença de criança, mas naquele momento era necessário trazê-lo de volta sem sequelas”, desabafa.
Com o diagnóstico, a rotina da vida da família mudou. Os hábitos alimentares tiveram que ser adaptados às condições de saúde do Davi.
Mas Andreia revela que além da alimentação, os sonhos da família também foram modificados. “Hoje vivemos refém do medo de uma hipoglecemia ou hiper, medo de perder nosso pequeno. Conheço muitas possibilidades para uma vida com diabetes, e isso é questão das escolhas que fazemos no nosso dia-a-dia”, finalizou.
A médica endocrinologista, Denise Denise Dotta Abech, explica que existem dois tipos de diabetes, tipo 1 e tipo 2, o mais frequente é o 2. A maioria dos casos acontece na fase adulta e está relacionado com a obesidade abdominal e ao sedentarismo.
O diabetes é uma doença que se caracteriza por elevadas taxas de glicose no sangue, se não estiverem controladas podem ocorrer graves complicações.
O portador da doença pode ter a perda da função dos rins, sofrer de doenças das coronárias, redução da visão, impotência e alterações nos nervos.
Em crianças e adolescentes o diabetes tipo 1 é o que mais ocorre, no entanto o tratamento nestes casos é o uso de insulina injetável, dieta sem doce e acompanhamento com nutricionista.
Já para a maioria dos adultos só é possível controlar a da doença com os medicamentos orais.
A endocrinologista ressalta que quando a doença é tratada e as taxas ficam normais o risco de desenvolver as complicações reduz muito.
“Para prevenir a doença é importante ter uma alimentação saudável e evitar o aumento do peso. Há um trabalho cientifico que cita que fazer caminhada de 30 minutos cinco vezes na semana evita mais o aparecimento do diabetes tipo 2”, conclui.