(G1/MT)
Trinta pássaros silvestres foram apreendidos por uma equipe da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) numa residência em Juara, a 690 km de Cuiabá, em condições de maus-tratos. Os animais foram levados para a sede da Secretaria de Meio Ambiente em Tangará da Serra, distante 242 km da capital. O agora ex-dono das aves foi autuado e terá que pagar multa de R$ 57,5 mil.
Entre os pássaros estão araras, maracanãs e um tucano. “Essa apreensão foi objeto de denúncia feita à ouvidoria setorial do governo do estado. Depois a denúncia chegou até a Sema. Técnicos foram fazer a vistoria e constataram a presença das aves na casa da pessoa”, disse Marcos Roberto Ferramosca, analista de meio ambiente da Sema.
Os servidores da secretaria perceberam que a alimentação das aves estava inadequada e que as condições higiênicas não estavam boas, por isso foram constatados os maus-tratos.
Durante a apreensão foi encontrado um tucano que, de acordo com o ex-proprietário dele tem mais ou menos 20 anos. O animal está com deformidade.
“Geralmente as pessoas capturam ainda filhotes e alimentam de forma inadequada. Aí crescem com algumas deformidades, o que pode ser o caso desse tucano. Ele já apresenta deformidade na pata do lado esquerdo. Pode ter sido por alimentação inadequada ou fratura que ele teve posteriormente que se consolidou de forma errada”, disse Ferramosca.
O biólogo Joelson de Paula vai cuidar, a partir de agora, da recuperação das aves. Muitas, por causa da idade e também das condições físicas, não devem mais voltar para a natureza.
“As araras já não voam, estão com atrofias de asas. Essa maracanã, para se ter uma ideia, foi cortada a asa de ponta a ponta. Isso vai de quatro a cinco meses para recuperar. Nas araras a média é de quatro meses para recuperar”, disse Joelson.
As aves foram encaminhadas para o batalhão da Polícia Militar de Proteção Ambiental em Várzea Grande. Agora a tarefa será reintroduzir as aves no meio ambiente. “Aqueles que têm condições de ir para a natureza será feita a soltura. As outras vamos ter que fazer recuperação total, de alimentação e depois no treino de voo”, explicou o biólogo.
Segundo Joelson, é o treino de voo que define se ave deve ser solta ou não de volta ao habitat. “É o teste final. Não adianta o animal estar totalmente recuperado fisicamente e não ter condições de voo”, disse.
A posse de animal silvestre sem autorização é crime ambiental. Quem for pego pode responder criminalmente e até ser preso. A pena vai de um a um ano e meio de detenção e mais multa.