(GE)
A Federação Internacional de Atletismo (IAAF) forneceu à Federação Russa de Atletismo (Rusaf) uma espécie de guia para que os atletas do país possam competir internacionalmente em 2017. As orientações e critérios, enviados à entidade em inglês e russo, abrirá um processo de inscrição e avaliação para que os russos participem de eventos como atletas neutros – a Rusaf segue suspensa, e a bandeira da Rússia não poderá ser usada.
Em linhas gerais, o atleta precisa provar que não esteve diretamente envolvido, com ou sem conhecimento, no processo fraudulento de controle antidoping da Rússia. Para tal, a IAAF confrontará nomes com o banco de dados fornecido pela equipe independente da Agência Mundial Antidoping, liderada por Richard McLaren, que investigou o escândalo no país.
Não basta apenas o atleta ser limpo. Ele não pode ter trabalhado com nenhum técnico, médico ou outro profissional envolvido em qualquer tipo de violação antidoping ou citado no relatório de McLaren.
Será preciso ainda atender a outros critérios, como a coleta de um número mínimo de amostras de urina, sangue ou para o passaporte biológico durante determinado período; informar onde estava enquanto não foi testado pela IAAF ou por outra autoridade nacional ou internacional reconhecida pela Wada; informar onde estava quando forneceu as amostras para exames e se houve qualquer resultado atípico; informar se alguma amostra fornecida pelo atleta está atualmente armazenada ou sujeita à realização de novos testes.
A IAAF afirma que a intenção é esclarecer que não apenas atletas submetidos a testes no exterior possam ser liberados – como aconteceu nos Jogos do Rio, em que apenas a saltadora Darya Klishina, residente nos Estados Unidos, foi autorizada a competir no atletismo. A mensagem que a entidade espera passar é que qualquer atleta que tenha sido testado por um período de tempo longo o bastante em agências confiáveis poderá estar apto a pleitear a autorização. Todos os pedidos serão analisados individualmente por um painel da IAAF.
– Atletas russos foram prejudicados por um sistema que deveria tê-los protegido e celebrado conquistas em vez de um que gerou dúvidas e expulsão de competições. Continuamos a buscar formas para criar sistemas paralelos e com credibilidade para testes independentes na Rússia para que os atletas tenham alternativas para voltar às competições enquanto continuamos a trabalhar com a Rusaf na reintegração – disse o presidente da IAAF, Sebastian Coe.
A IAAF possui atualmente um registro de atletas que foram testados pela própria entidade ou por agências independentes em “condições satisfatórias por um período aceitável”. De acordo com a entidade, o número de atletas russos neste parâmetro específico chegou a 60 no dia 1º de janeiro.