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Mateus Evangelista quebra recorde no salto, mas chinês "cria asas" e é ouro

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(GE)

Uma prova em altíssimo nível, com duas quebras de recordes mundiais, e decidida por uma performance impressionante e completamente fora dos padrões. O clichê chega a ser cansativo, mas não dá para negar que Mateus Evangelista conquistou uma prata com sabor de ouro na manhã desta terça-feira, no Estádio Olímpico. Com 6.53m, o brasileiro fez a melhor marca da vida no salto em distância T37, para paralisados cerebrais, quebrou o recorde mundial, mas Shang Guangxu criou asas. O chinês superou em incríveis 24cm o recorde na tentativa seguinte e assegurou um ouro inquestionável. Ali Haider, do Paquistão, ficou com o bronze (6.28m).

A medalha é de prata, mas é a mais dourada que já ganhei. Estou muito feliz. Fiz minha melhor marca, vim para fazer o meu melhor. Bati o recorde mundial, mas o chinês foi muito bem

Mateus Evangelista, medalha de prata no Rio

– Aqui estão os melhores do mundo. A medalha é de prata, mas é a mais dourada que já ganhei. Estou muito feliz. Fiz minha melhor marca, vim para fazer o meu melhor. Bati o recorde mundial, mas o chinês foi muito bem. O que gosto de fazer é correr, é saltar. Não fui eu que escolhi o atletismo, o atletismo que me escolheu – disse Mateus, que se aventurou ainda no futebol de 7 e no tiro com arco.  

O pódio paralímpico consolida a volta por cima depois de um dos momentos mais complicados da carreira. Há pouco mais de um ano, no dia 2 de setembro de 2015, logo após conquistar três ouros no Parapan de Toronto, Mateus fraturou o fêmur, teve que fazer uma cirurgia e passou por um longo período de recuperação de oito meses. Todo sacrifício foi recompensado.  

Dono de uma das melhores marcas do ano antes da prova, Mateus Evangelista, que teve os movimentos do lado direito do corpo afetados por falta de oxigênio no cérebro no nascimento, já chegou ao Estádio Olímpico favorito a conquistar a medalha que deixou escapar com o quarto lugar nos 100m, no último domingo. E logo na segunda tentativa parecia que o destino seria o ouro com os 6.53m que representavam o novo recorde mundial. Só parecia, e a ilusão durou pouco.  

Campeão mundial em Doha 2015, Shang Guangxu sequer teve tempo para sentir pressão ou deixar Mateus saborear o ouro provisório. Já no terceiro salto, voou. Voou muito. A disputa que até então estava acirrada, com 6.53m x 6.52m, ganhou ares definitivos com os 6.77m. Recorde mundial pulverizado. Vinte e quatro centímetros! É muita coisa, mas o brasileiro seguiu tentando.

Concentrado, pedia o apoio da torcida e se mandava em busca de uma marca improvável. Não deu certo. Mateus fez 6.11m, 6.45m e, ansioso, queimou os dois últimos saltos. Guangxu nem foi para sexta tentativa. Pegou a bandeira de seu país e iniciou a volta olímpica seguida de perto pelo brasileiro. Afinal, diante dos números da prova, não havia o que lamentar.

Shang Guangxu China ouro salto em distância T37 rio 2016 paralimpíada (Foto: Reuters)
Descrição da imagem: Shang Guangxu China posa ao lado do placar, que mostra seu recorde (Foto: Reuters)

– Há um ano, fraturei o fêmur fazendo salto em distância e realmente pensei que minha carreira como atleta tinha acabado. O trabalho com meus fisioterapeutas, amigos e família foi espetacular. Hoje, estou aqui e tenho essa prata.

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