A Polícia Civil de São Paulo instaurou inquérito para apurar a morte do jogador da Portuguesa Lucas Jesus dos Santos, de 16 anos, encontrado sem vida na piscina do Canindé nesta quinta-feira pela manhã.
A ocorrência foi registrada como morte suspeita, à espera de que os laudos apontem a causa. Apesar disso, a polícia diz não ter indícios de homicídio – a hipótese mais provável é de que tenha sido um afogamento acidental.
Os investigadores agora tentam reconstituir o que houve entre o fim do churrasco em que Lucas estava – festa que terminou por volta das 15h de quarta – e o momento em que ele foi encontrado.
– Vamos tentar entender a dinâmica. Eles tiveram um treino, subiram ao alojamento, foram para o churrasco e depois para a piscina – afirmou o delegado Éder Pereira e Silva, titular do 12° Distrito Policial, no Pari (Zona Norte de São Paulo), que chefia a investigação.
Segundo o delegado, uma diretora da Portuguesa fez uma inspeção na região da piscina depois das 17h30, quando os colegas de Lucas já haviam sentido falta do jogador, mas ela nada viu.
O garoto estava no fundo da piscina, a três metros de profundidade, onde a água é mais turva, o que pode ter atrapalhado a procura, de acordo com Silva. O delegado ressaltou que não há sinais de violência no corpo.
– Nenhuma marca ou cicatriz. Vamos esperar o laudo do IML (Instituto Médico Legal), que vai dizer a real causa da morte – disse o chefe da investigação.
Ainda há dúvidas sobre se Lucas sabia nadar. A namorada dele, Aline Rosenda, chegou a afirmar que não, ao contrário de um companheiro de equipe.
Responsabilidade do clube
O delegado afirmou que foram encontradas cinco latas de cerveja em uma lixeira próxima ao local da confraternização, mas minimizou ao dizer que mais de 35 pessoas participaram do encontro.
Nos primeiros depoimentos, ainda informais, tanto atletas como funcionários negaram consumo de álcool na festa.
Silva, porém, admitiu que a Portuguesa pode ser responsabilizada, já que não há registro de presença de salva-vidas no local.
Festa e sonho
Lucas foi encontrado morto um dia depois de participar de um churrasco que comemorou a classificação da Lusa para as quartas de final do Paulista sub-17.
Ele foi titular no último jogo, vitória de 2 a 0 sobre o Água Santa. No próximo sábado, realizaria o sonho de jogar no Canindé, contra o Diadema. Torcedor rubro-verde, ele só tinha disputado partidas no CT da Portuguesa, no Parque Ecológico.
O clube se manifestou em nota. Nela, afirma colaborar com as investigações e que dará apoio aos familiares do jogador.