(midianews)
Na reta final da campanha pela prefeitura de Cuiabá, o irmão do candidato do PSDB à prefeitura de Cuiabá, Wilson Santos, foi flagrado em um áudio em que ameaça demitir servidores comissionados caso não compareçam a uma reunião com o governador do estado Pedro Taques (PSDB).A gravação mostra o então presidente da Metamat, a Companhia Mato-grossense de Mineração, Elias Santos, afirmando que haveria um encontro com Taques nesta quarta-feira e “aquele que não for será exonerado no outro dia”.
“O governador Pedro Taques convocou todos os cargos comissionados para uma reunião hoje às 20 horas e 30 minutos no Hotel Fazenda Mato Grosso. Todos, sem exceção. Eu vou ser curto e grosso. Aquele que não for será exonerado no outro dia. Eu não estou com brincadeira. Aquele que não for será exonerado. Me desculpa falar desta forma”.
“Todos os cargos comissionados têm que estar hoje. Então vocês anotem meu telefone e quando chegarem no hotel me mandem uma mensagem, eu vou estar lá para receber vocês. Ok? Era só isso que eu ia falar. Reunião terminada”, disse Elias na gravação.
Segundo fontes da campanha do PSDB, a voz é mesmo do irmão do candidato. Depois de o adversário de Santos, o peemedebista Emanuel Pinheiro, ter divulgado o teor do áudio, Elias foi demitido nesta quinta-feira.
“Imagina essa pessoa de volta [Wilson Santos], no comando da Prefeitura. Este é um flagrante do uso da máquina e do abuso do poder político. Não quero acreditar que o governador Pedro Taques esteja diretamente envolvido nessa ilegalidade e tenha autorizado esse crime contra o cidadão”, afirmou Emanuel Pinheiro, adversário de Santos e líder nas pesquisas de intenção de voto no segundo turno.
O episódio ganha agora contornos de disputa judicial porque a campanha de Emanuel acionou a Justiça Eleitoral com pedido de cassação do registro da candidatura de Wilson Santos e do vice Leonardo de Oliveira (PSB). O Ministério Público também deve entrar no caso para investigar se o governador Pedro Taques e o ex-presidente da Metamat cometeram improbidade administrativa.
Em nota, o governo do Mato Grosso afirmou que “por determinação do governador Pedro Taques, o Conselho Deliberativo da Metamat irá exonerar o atual diretor presidente para apurar a conduta do gestor público em denúncia de suposta infração eleitoral”.
“O governo reconhece os avanços da legislação eleitoral e, por esse motivo, atua em consonância com as regras do processo democrático”, completou.
Wilson Santos, cuja campanha em princípio sequer atestou a autenticidade do áudio, disse nesta quinta que a exoneração do irmão foi correta. “Doa a quem doer, a lei tem que ser cumprida. Dura lex sed lex, a lei é dura, mas é a lei. Errou tem que ser rigorosamente punido”, afirmou.