“Hoje, o nosso maior desafio é o preconceito. As pessoas nos veem e não fazem ideia da dor que estamos sentindo e, quando sabem, muitos dizem que é frescura”, o relato é da senhora Alceir Manochio, dona de casa, que descobriu a doença em 2009, ano em que passou a residir em Alta Floresta.
Pensando em situações como a vivida por dona Alceir, na noite de segunda-feira, 12 de maio, o auditório do Sispumaf recebeu o evento Dia D – Fibromialgia em Foco. A data não foi escolhida por acaso: o dia 12 de maio é reconhecido mundialmente como o Dia de Conscientização da Fibromialgia.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), a fibromialgia é uma condição relativamente comum, afetando cerca de 2,5% da população mundial, independentemente de nacionalidade ou condição socioeconômica.
Em Mato Grosso, estima-se que mais de 80 mil pessoas convivem com a doença. Somente em Alta Floresta, são mais de 120 casos já registrados no mapeamento inicial realizado pelas unidades de saúde. Pensando no bem-estar e na qualidade de vida desse público, o Município passou a assegurar direitos por meio da Lei Municipal nº 2.856/2021, de autoria do vereador Douglas Teixeira, como o atendimento preferencial em órgãos públicos e privados como comércios e vagas de estacionamento.
Também por iniciativa do vereador, o município receberá, em breve, um aporte de R$ 400 mil, resultado de articulação com os deputados Beto Dois a Um e Janaina Riva, com o objetivo de zerar a fila de espera por atendimento aos portadores de fibromialgia. Está em pauta ainda a criação do Ambulatório da Dor.
A Diretora de Gestão, Geiziana Nunes, que representou a Associação Mato-grossense de Fibromiálgicos durante o evento, destacou a importância da carteirinha de identificação do portador. “A carteirinha é um primeiro passo, mas muito importante. Ela nos garante direitos, como prioridade no atendimento. Ainda assim, precisamos continuar dialogando com a sociedade para que haja mais empatia e inclusão com quem sofre com dor crônica”, pontuou.
Entre os sintomas típicos da fibromialgia estão: sono não reparador, cansaço constante, exaustão extrema e distúrbios de humor, como ansiedade e depressão.
O Secretário de Saúde, Marcelo Alécio da Costa, ressaltou que, apesar de estar em fase inicial, essa política pública municipal pode transformar vidas. “Estamos começando a implantar essa política. Hoje é um pontapé inicial, mas queremos avançar com esse trabalho dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) no município”, afirmou.
Para o Vice-Prefeito e Secretário de Governo, Gestão e Planejamento, Robson Quintino, o apoio às pessoas com fibromialgia representa o verdadeiro papel do gestor público. “Esse momento foi importante para o início de uma política pública de cuidado com os Fibromiálgicos. Esse é o nosso dever enquanto gestores”, concluiu.