Seleção feminina é ovacionada na Inglaterra, perde por 66 a 6 e vê um dos destaques da equipe escrever mais um belo capítulo em sua trajetória
O momento mais aguardado pelo rugby brasileiro enfim chegou: a seleção disputou neste domingo, 24, em Northampton (Inglaterra), a primeira partida de sua história em uma Copa do Mundo. Coube às Yaras a honra de representarem o país na maior competição da modalidade, em estreia contra a África do Sul. Apesar da derrota por 66 a 6 diante de uma das grandes potências do esporte, o sentimento das jogadoras é de orgulho por terem feito parte deste momento.
“É uma honra estar aqui. Temos 100% de certeza de que saímos daqui orgulhosas por termos dado tudo de nós. Sabíamos que não seria um jogo fácil, mas lutamos até o final e demos o nosso melhor”, resumiu a capitã Eshyllen Coimbra, que terminou o confronto com o maior número de tackles realizados: 19.
As Yaras foram ovacionadas desde o início da partida no estádio Franklin’s Gardens, quando entraram em campo com uma borduna, artefato indígena do povo Rikbaktsa, símbolo de força e proteção. Com o jogo em andamento, os momentos mais marcantes foram os dos primeiros pontos da seleção feminina na história da competição, com duas penalidades convertidas por Raquel Kochhann, aos 10 e 57 minutos. Mais um feito expressivo na carreira da catarinense, que disputou três edições de Jogos Olímpicos e foi porta-bandeira do Time Brasil na Cerimônia de Abertura de Paris 2024, após superar um câncer de mama.
“O placar não é o que estávamos buscando, mas as jogadoras deram tudo que podiam. Elas precisam de mais jogos deste nível para evoluir, é a única opção. Não é fácil estar sempre se defendendo, já que ficam pouco com a posse de bola e acabam tendo um desgaste maior. Mas vejo que agora entenderam melhor a dinâmica dos jogos que terão pela frente e acredito que teremos uma segunda rodada melhor”, analisou o treinador da seleção brasileira, o uruguaio Emiliano Caffera.
O Brasil volta a campo no próximo domingo, 31 em Exeter, contra uma das favoritas ao título, a França, que venceu a Itália na estreia por 24 a 0. Esta é a décima edição da Copa do Mundo feminina, e a primeira que conta com a participação de uma seleção sul-americana.