Conexão de irmãs ajuda time paulista a levar o ouro sobre o Rio de Janeiro no feminino; e prodígio faz a diferença para equipe catarinense vencer São Paulo
As irmãs Jisseli Isadora Monteiro da Silva, de 17 anos, e Beatriz Silva, 15, tiveram o privilégio de atuarem juntas na campanha que rendeu o título ao time de Santa Catarina na primeira divisão do handebol nos Jogos da Juventude CAIXA João Pessoa 2024. As duas atletas são canhotas e atuam como ponta direita, combinação valorizada na modalidade e que vêm chamando atenção nas categorias de base da seleção brasileira. Situação semelhante a de Bernardo Marçal, canhoto que foi campeão com Santa Catarina, aos 15 anos, e vem sendo observado com grande expectativa.
Na decisão feminina, o São Paulo abriu vantagem sobre o Rio de Janeiro logo no início da partida e garantiu o título com uma vitória sólida por 24 x 15, nesta quinta-feira (28), na quadra do Motiva Oriental, em João Pessoa.
Já final masculina foi o time de Santa Catarina que saiu na frente e até tentou se distanciar no placar, mas o jogo guardou emoção até o fim. São Paulo ensaiou uma reação nos minutos finais, mas não conseguiu evitar a derrota por 19 x 17, que rendeu a medalha de ouro aos catarinenses.
Irmãs canhotas são destaque de São Paulo
O amor pelo handebol foi herdado da mãe, Karina Andrade. “Ela é goleira de handebol. Foi ela que nos influenciou a conhecer a modalidade, mas antes já tínhamos feito aula de várias atividades, como judô, balé, natação. Só que nos interessamos muito mais pelo handebol, ainda mais por nós duas sermos canhotas, que é um diferencial na nossa posição”, diz Beatriz.
O potencial das irmãs Silva vêm chamando a atenção, inclusive, das categorias de base da seleção brasileira. Camisa 9 de Santa Catarina, Jisseli foi convocada para a equipe sub-18 que representou o Brasil no Mundial da categoria na China, em agosto. “Pretendo continuar conquistando meu espaço na seleção e jogar em um clube da Europa”, almeja a ponta direita.
Nos Jogos da Juventude, Jissele encerrou sua última participação do jeito que mais sonhava: com o título, completando a coleção de uma medalha de cada cor. “É o meu terceiro ano disputando esta competição. Eu consegui fazer bons jogos, um bom campeonato e me despeço da melhor forma, que foi com o primeiro lugar, depois de ter ganhado a medalha de prata e de bronze nas temporadas anteriores”, comemora Jisseli, que é também atleta do Pinheiros.
Conquista que ainda foi compartilhada com a irmã Beatriz, que fez sua primeira participação nos Jogos da Juventude, aos 15 anos. “Como nos conhecemos muito, tanto dentro quanto fora da quadra, fica muito mais fácil de uma ajudar a outra quando estamos jogando juntas”, comenta Jisseli, uma referência para a irmã mais nova. “Ela é mais velha que eu, então me apoio muito nela. Ela sempre me ajuda e, mesmo quando ela está na arquibancada, consegue me dar uma luz, fazendo um sinal que dá certo”, conta Beatriz.
Prodígio de Santa Catarina chama atenção
“Eu sempre digo aos alunos que os Jogos da Juventude são o ápice das competições de base, é onde temos a melhor organização e o maior quantitativo de pessoas observando os atletas com potencial para possivelmente ter uma chance na seleção brasileira”, comenta Gabriel Vieira, técnico de Santa Catarina, campeão da primeira divisão do handebol masculino nesta edição.
Não à toa, quatro jogadores do seu elenco tiveram alguma experiência na seleção de base nos últimos dois anos. Camisa 4, Bernardo Marçal é um dos que mais se destacam, por ser um dos mais novos, com apenas 15 anos. “O Bernardo é canhoto, foi eleito como melhor ponta direita do Campeonato Brasileiro sub-16 neste ano, vem ganhando bagagem nessas competições nacionais e sendo mapeado para convocações futuras”, opina o treinador.
“É uma emoção já participar de uma competição com atletas de até 17 anos, sendo que eu ainda tenho 15”, comemora Bernardo. O jovem ponta direita conheceu o handebol na escola, com o professor Gabriel Vieira, há apenas dois anos e já campeão dos Jogos da Juventude. Experiência que vale ouro dentro e fora do esporte, afinal o jovem jogador comemora também o fato de o esporte ter lhe trazido a maioria dos amigos que cultiva atualmente.