Time mineiro conta com gêmeos paraibanos, enquanto equipe paranaense aposta em levantador amazonense para conquistar o título da primeira divisão
Minas Gerais e Paraná disputam a final da primeira divisão do vôlei dos Jogos da Juventude CAIXA João Pessoa 2024, nesta quinta-feira, às 17h, no Sesc do centro da capital paraibana, com transmissão gratuita pelo Canal do YouTube do Time Brasil. Para se classificar à decisão, a equipe mineira venceu Pernambuco, por 3 sets a 0 (parciais de 25/23, 25/20 e 27/25). Já o time paranaense passou pelo Mato Grosso, também por 3 sets a 0 (parciais de 25/17, 25/23 e 25/21). Em comum, os finalistas contam com reforços “importados” de outros estados que alimentam o sonho de se profissionalizar no esporte.
No elenco mineiro, os irmãos gêmeos Daniel e Danilo Fernandes, de 16 anos, saíram de Picuí, município da Paraíba com pouco mais de 18 mil habitantes, para jogarem em Vazante, Minas Gerais, no time sub-17 da Academia do Vôlei, clube que tem representante na Superliga. A oportunidade surgiu há 1 ano, após um amigo dos dois irmãos que tinha passado pela mesma experiência indicá-los para um teste no clube.
“A principal diferença entre Picuí e Vazante é a agitação. A nossa cidade na Paraíba era bem agitada, tem a festa tradicional da carne de sol. Já Vazando é uma cidade bem calma e que foca a economia muito na mineração”, compara Danilo.
Após passar o último ano a 2.221 km de distância da cidade onde cresceram, Danilo e Daniel voltaram para a Paraíba para disputar os Jogos da Juventude e contaram com a torcida de familiares para chegarem até a decisão, representando Minas Gerais. “Estou muito feliz pela classificação e por minha família, amigos e até meu professor de vôlei estarem aqui na torcida vendo como eu estou agora”, comemora Danilo.
Apenas pequenos detalhes físicos diferenciam os dois gêmeos. Daniel brinca de ser o mais velho, por alguns minutos de diferença do irmão. Ele é o mais alto, com 1,99m de altura, e atua como central usando a camisa 13. Já Danilo mede 1,97m, joga como ponteiro e veste a camisa 6. Sempre muito unidos, os dois comemoram as chances de trilhar uma carreira no vôlei, mesmo que distante de casa. Ao menos, a mãe e a irmã mais velha os acompanharam na mudança de cidade.
“Sair de casa com 15 anos não é fácil, eu tive que abrir mão de estar próximo da minha família. E também não é para qualquer pai e mãe deixar um filho de 15 anos sair para tão longe”, destaca Danilo. Mas, ao mesmo tempo, o vôlei tem sido generoso com os irmão Fernandes. “Para mim, vôlei significa educação, respeito e lealdade. Eu aprendi a saber me controlar para ter uma mente mais fria, ganhei maturidade por ter mudado de cidade e estar treinando em um time ainda novo, estudo em uma escola de qualidade”, completa Danilo.
De Manaus para Paraná
Outro finalista do vôlei masculino da primeira divisão dos Jogos da Juventude, o Paraná também conta com um reforço de fora do estado. O levantador Kelton da Silva, 17 anos, deixou Manaus, no Amazonas, para seguir os passos do irmão mais velho Fábio Cesar, ponteiro do São José dos Campos na Superliga A. “A minha maior inspiração é o meu irmão e o Bruninho, da seleção brasileira”, conta Kelton, que já viveu a experiência de ser convocado para um período de treinos com a seleção brasileira de vôlei sub-19.
O irmão sempre foi o maior incentivador de Kelton, tanto para começar no vôlei, aos 12 anos, quanto para agarrar a primeira oportunidade que surgiu para ele no esporte de alto rendimento no time Nova Esperança, no interior do Paraná, aos 15.
“Não é fácil, por causa da saudade que tenho da distância da minha família. Tenho muita saudade da minha mãe”, conta. Saudade que já dura dois anos sem reencontrá-la. “Nós sempre conversamos, mas só por vídeo chamada. Eu ainda não consegui voltar para Manaus desde que saí de lá para jogar no Paraná.
Sentimento de aperto no coração que Kelton compartilha com companheiros de time vindos de várias regiões do Brasil e, assim como ele, moram no alojamento do time. “A saudade é grande, mas eu saí de casa para realizar o meu sonho de virar um jogador de vôlei e sou muito grato por tudo que já conquistei”, diz Kelton, que tem outros oito irmãos.
A próxima conquista que o jovem levantador do Paraná visa somar ao currículo é o título nos Jogos da Juventude, que será disputado no último dia da principal competição multiesportiva do Brasil para jovens de até 17 anos, organizada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB).