A comunidade do Badminton do Brasil estará toda reunida em São Paulo a partir da próxima segunda-feira (31). A peteca entra em ação de forma conjunta para a I Etapa do Circuito Nacional de Parabadminton e para o Campeonato Brasileiro Interclubes – CBI® de Badminton – II etapa do Circuito Nacional. Somadas, as duas competições reunirão 679 atletas, com destaques para Jonathan Matias e Juliana Viana, líderes do ranking nacional de simples no convencional, e Kauana Beckenkamp, revelação e melhor ranqueada da classe SL3 (pessoas com deficiência nos membros inferiores que andam).
A Confederação Brasileira de Badminton (CBBd) organiza as os campeonatos e a Cerimônia de Abertura de ambos está marcada para segunda-feira (31), às 11h, no Centro de Treinamento do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), em São Paulo. Estarão presentes na solenidade de iniciação dos eventos os presidentes José Roberto Santini Campos, da CBBd, José Antônio Ferreira Freire, do CPB, e Marco La Porta, do Comitê Olímpico do Brasil (COB). A I Etapa do Nacional de Parabadminton terá quatro dias de duração, com término na quinta-feira (3). Já a II Etapa do Nacional de Badminton será finalizada na sexta-feira (4).
Jovem revelação em ascensão
Com apenas 15 anos, a paranaense Kauana Beckenkamp tem chamado a atenção por sua ascensão na modalidade. Em 2024, a atleta foi campeã do Campeonato Brasileiro de Parabadminton em novembro. Já em 2025, ela foi pela primeira vez para uma competição internacional convocada pela seleção brasileira para disputar dois torneios na Espanha, ganhando uma medalha de prata no Internacional de Toledo nas duplas femininas SL3-SU5 ao lado de Mikaela Almeida.
“A minha expectativa para esse primeiro campeonato nacional é chegar até as finais e fazer também ótimos jogos. Os nacionais são competições relevantes porque você consegue ter mais habilidades e experiência para poder estar com uma preparada melhor para os campeonatos internacionais”, afirmou Kauana Beckenkamp. A jogadora estará no mesmo ambiente que expoentes da modalidade como, por exemplo, Vitor Tavares, bronze em Paris-2024 na classe SH6 (baixa estatura), e integrantes da seleção brasileira no convencional.
“Eu acho incrível (dois torneios em conjunto). Primeiramente, porque é legal você poder ver pessoas do convencional assistindo as pessoas do parabadminton jogando, ver que pessoas com deficiência jogando badminton não é nada impossível. E, segundamente, para você fazer novas amizades, com o próprio povo do parabadminton e também com a galera do convencional, conhecer novas pessoas. Acho que isso é uma das coisas mais importantes e legais”, concluiu a atleta, que é natural de Marechal Cândido Rondon, no Paraná.
Referência do badminton em ação
Ausente da I Etapa do Nacional de Badminton em 2025 por compromissos internacionais com a seleção brasileira, Juliana Viana esta de volta. A atleta piauiense, de 20 anos, conquistou nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 a primeira vitória de uma mulher brasileira na modalidade no megaevento. “Eu gosto bastante de jogar Nacional desde pequena. Sempre gostei do clima e de representar o clube. Agora estou no Paulistano, que me recebeu de braços abertos, e vou conseguir jogar esse torneio para ajudar a equipe”, comentou Juliana Viana.
Juliana Viana é a principal atração e cotada como favorita. “Eu não gosto de pensar assim. Encaro cada jogo como se fosse aquele jogo e que posso perder ou ganhar. Tenho os pés no chão e estou longe de ser a melhor do Brasil, pois tenho muito ainda que treinar e conquistar. Não me encaro como favorita, pois tem a Jeisiane, que vem ganhando os últimos nacionais e treina comigo na seleção. Compartilho treinamentos e quadra todos os dias com ela e sei da qualidade dela”, acrescentou Juliana Viana.
Para finalizar, a atleta comentou sobre a interação entre as modalidades. “Já teve esse encontro em Curitiba e foi muito interessante. Acredito que seja uma troca legal e de experiências totalmente diferentes entre parabadminton e badminton. O Nacional em si, desde quando eu era pequena, sempre foi assim, por mais que tenha aquela parte de defender seu clube, sempre tem essas amizades, essa troca. Eu sempre admirei o pessoal que via quando era menor e tenho consciência da posição que estou atualmente”, destacou.
“Eu sou muito fã do Vitinho (Vitor Tavares) por tudo que ele conquistou e por ser um baita atleta. O bom é que o badminton alcança todo mundo na alta performance e que está crescendo no Brasil. Se fizesse esse campeonato, talvez, anos atrás, não teria tanta gente. Hoje, chegamos a 700 inscritos e observamos o número cada vez crescendo mais tanto no badminton quanto no parabadminton”, concluiu a atleta olímpica do Brasil, que está com apenas 20 anos.
Favoritismo no masculino
Assim como Juliana Viana é considerada favorita no feminino, no masculino isso acontece com Jonathan Matias, também do Paulista e de 25 anos. “Essa questão é bem tranquila. Fico feliz porque é mais um objetivo alcançado e não sinto nenhuma pressão. Acho que a importância maior disso está em poder mostrar para as pessoas que é possível chegar lá e que, quando você chega, tem as coisas boas e fica bastante feliz porque é mais um sonho alcançado”, declarou o jogador.
E ele também analisou o crescimento do esporte e a realização das competições em conjunto. “Acho muito benéfico. Eu jogo os Nacionais desde 2010 e venho de uma época em que os torneios tinham no máximo 300 pessoas. E hoje, depois de 15 anos, a gente vê que dobrou. Isso mostra que a modalidade está crescendo bastante e isso é muito legal. E também é bacana ver outros atletas como o Vitinho, medalhista em Paris. Eu até agora não o vi e quero parabenizá-lo pelo trabalho. Essa troca é bem interessante”, concluiu Jonathan Matias.
Foto: Alexandre Loureiro/COB
