Por Isabelly Melo e Renata Barros, ge MS
Francisco Cezário está a frente da FFMS desde 1998 e segue preso por participar de esquema criminoso no futebol estadual; Operação Cartão Vermelho prendeu outros seis integrantes da entidade.
Francisco Cezário de Oliveira, atual presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), pode ficar até 10 anos afastado da entidade. É o que prevê o estatuto da FFMS em casos de má gestão financeira. O dirigente está preso desde terça-feira (21), após diligências da Operação Cartão Vermelho.
A frente da entidade máxima do futebol estadual desde 1998, Cezário foi detido por suspeita de fazer parte de esquema criminoso que desviou mais de R$ 6 milhões da Federação, entre setembro de 2018 a fevereiro de 2023.
Conforme o Artigo 57 do Estatuto da Federação, cerca de 15% dos associados à FFMS (clubes profissionais e ligas amadoras) podem convocar uma Assembleia Geral para discutir a instauração de procedimento que apure a responsabilidade do presidente.
“Caso constatada a responsabilidade, o dirigente será considerado inelegível por dez anos para cargos eletivos em qualquer entidade desportiva profissional“, conclui o artigo.
Ainda seguindo o Estatuto, o Artigo 16 prevê a quantidade e poder de voto para cada ente associado e filiado de futebol profissional, amador e ligas. Entenda:
- Clubes de time profissional e amador com, no mínimo, três anos de filiação – 2 votos (um para cada)
- Clubes de time amador com, no mínimo, dois anos de filiação – 1 voto
- Clubes de ligas municipais com, no mínimo, dois anos de filiação – 1 voto
Outro cenário possível, de acordo com o presidente da Comissão de Direito Desportivo da OAB/MS, Marcelo Honório, é uma intervenção feita diretamente pela Comissão de Ética da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
A comissão pode afastar temporariamente Cezário e recomendar ao presidente da CBF, Edinaldo Rodrigues, a nomeação de um interventor independente.
Histórico
Em 2018, o então presidente da Federação de Futebol da Paraíba, Amadeu Rodrigues, foi afastado pela CBF quando era alvo de uma operação policial que investigava um esquema de corrupção no futebol paraibano. O auditor do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Flávio Boson Gambogi, assumiu o cargo interinamente.
Se um interventor for escolhido pela Confederação, ele pode permanecer no comando da Federação até 2027, ano em que termina o atual mandato de Cezário, ou convocar novas eleições em prazo estipulado pela CBF.
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