Superintendente explica que a aquisição de partes ilegais de animais silvestres faz parte superstição popular
No fim da tarde dessa terça-feira (19), o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), apreendeu em exposição ilegal partes de animais silvestres em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. A operação ocorreu após denúncia de que as carcaças eram vendidas como troféus e amuletos.
Foram encontradas cabeças de onças-pintadas, pardas, queixadas e jacarés, além de arcadas dentárias de tubarão, chifres de cervo-do-pantanal e “troféus” de cabeças dos peixes pintado e dourado.
Ao todo, as multas aplicadas ao empreendimento totalizaram R$ 24 mil, sendo R$ 500 para atentados contra animais que não estão sob o risco de extinção e R$ 5 mil para animais ameaçados de extinção. Os suspeitos deverão responder pelo crime na Justiça.
O uso de parte dos animais para exposição com fins comerciais é proibida pela legislação brasileira. A prática configura crime de acordo com a Lei Federal de Crimes Ambientais N.º 9.605/98 e o Decreto 6.514/08.
A fiscalização e punição visa inibir o aquecimento do mercado de oferta e demanda que ocorre com o tráfico da fauna. Conforme a superintendente do Ibama em Mato Grosso do Sul, Joanice Lube Battilani, quanto mais raro é o animal, maior o seu valor, o interesse e o preço pago por ele.
“Essa prática está aliada ao fato de que algumas pessoas, de forma equivocada, acreditam que esses tipos de objetos feitos com partes de animais silvestres servem como amuletos, trazendo proteção e prosperidade”, esclarece Joanice sobre a forma supersticiosa como alguns enxergam o objetivo da morte dos animais.