(folhamax)
Ainda falta muito para que os produtores mato-grossenses cubram a estimativa de 9,36 milhões de hectares que deverão ser reservados exclusivamente ao plantio da nova safra de soja no Estado, a temporada 2016/17, mas com a semeadura a todo vapor o ritmo empregado no campo até o momento já rendeu destaque ao novo ciclo. Os quase 17% da área coberta com sementes representam a maior média registrada para este período da série histórica levantada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), acompanhamento que vem sendo realizado desde a safra 2008/09.
O avanço apontado pelo órgão é reflexo direto do clima, que permitiu não apenas o início do plantio, de acordo com o cronograma de cada produtor, como também a manutenção da escala de trabalho no campo, ou seja, o plantio segue beneficiado pelas chuvas que vêm sendo registradas, diferente do que ocorria há exatamente um ano, quando o plantio ficou interrompido por mais de um mês em razão da forte estiagem. O clima é determinante, no entanto, a expertise e o parque de máquinas à disposição da sojicultura, possibilitam o ritmo forte que vai garantindo o plantio dentro do melhor período de desenvolvimento para as plantas.
Como pontuam os analistas do Imea, no Boletim da Soja, divulgado ontem, na avaliação semanal o avanço na semeadura da soja foi de 11,98 pontos percentuais (p.p.), o que levou à cobertura de uma área de cerca de 17% dos 9,36 milhões de hectares, o equivalente a 1,5 milhão de hectares. “A semeadura de soja apresentou um grande avanço no ritmo semanal e a superfície semeada, que até a última quinta-feira era de 16,48%, representava a maior média já registrada para este período na nossa série histórica”, destaca trecho do Boletim.
Desde meados de setembro as plantadeiras se movimentam nas propriedades rurais de Mato Grosso, estado que é o maior produtor nacional de soja. Com pouco mais de três semanas de trabalhados retomados no campo, existem áreas com plantas se desenvolvendo em todas as regiões de Mato Grosso. Em relação ao mesmo momento de 2015, por exemplo, 6,08% da área estavam plantadas de um total estimado de 9,22 milhões de hectares.
A primeira semana de outubro foi encerrada com a região oeste liderando a semeadura da soja mato-grossense ao atingir 36,31% de uma área estimada de 1,11 milhão de hectares, avanço anual de 26,39 p.p. Na vice-liderança está o médio norte com 24,47% da área coberta. Essa porção é a maior produtora de grãos do Estado e reserva neste ciclo pouco mais de 3,16 milhões de hectares à sojicultura. Até o nordeste estadual que tem tradição em ser o último a sair com as plantadeiras já está com 2% cultivados contra 0,11% em igual momento do ano passado.
ESTIMATIVAS – Ontem o Imea lançou a primeira estimativa de oferta e demanda da soja em grão para a safra 2016/17 do Estado. São aguardados volumes recordes de oferta e demanda para a nova temporada.
A estimativa inicial prevê uma oferta do grão de 30,58 milhões de toneladas, sendo 2,47 milhões de toneladas ou 8,8% superior a nova previsão da temporada 2015/16. Tal incremento se dá não só pelo aumento da produção, que deve atingir 29,90 milhões de toneladas em Mato Grosso, como também, devido à elevação no volume de estoque final da safra 2015/16.
Já para a demanda é esperado nesta primeira estimativa um aumento ainda maior que a oferta, cerca de 10,7% acima da safra 2015/16, registrando volumes de 30,36 milhões de toneladas. “Com o grande volume a ser ofertado no novo ciclo, espera-se que o consumo estadual (esmagamento) e exportação cresçam no novo ciclo, cerca de 26,1% e 8%, respectivamente, em relação a temporada atual. Enquanto que o envio de soja a outros estados (consumo interestadual) apresente um pequeno recuo de 200 mil toneladas em relação ao que foi destinado na temporada atual. Com a expectativa de uma demanda crescendo um pouco mais forte que a oferta, os estoques finais da próxima temporada devem voltar aos patamares das últimas safras, com 220 mil toneladas. O que corresponderá a um recuo de 67,9% em relação aos elevados estoques de 690 mil toneladas esperados para a safra 2015/16”, projeções que se confirmadas poderão influenciar na formação dos preços interna e de acordo com a direção dos preços internacionais e do dólar, favorecer os preços da saca ao produtor.