(midianews)
O secretário de Estado de Segurança Pública, Rogers Jarbas, classificou como “irresponsável” a declaração do presidente do Sindicado dos Servidores Penitenciários (Sindspen), João Batista Pereira, de que interceptações telefônicas feita pelas polícias Federal e Civil apontam uma possível guerra entre facções criminosas nos presídios do Estado.
“Conversei com o superintende da Polícia Federal de Mato Grosso, Áderson Vieira, com o setor da inteligência da Polícia Civil e até com o secretário de Estado de Segurança Pública de Mato Grosso do Sul e posso afirmar categoricamente que essa informação não existe”, disse Jarbas em entrevista a rádio Capital FM, nesta segunda-feira (9), referindo-se à do sindicalista.
“Eu pauto como irresponsável a fala de algumas pessoas sobre aquilo que não conhece, de divulgar dados que não são verdadeiros”, completou o secretário.
“Eu pauto como irresponsável a fala de algumas pessoas sobre aquilo que não conhece, de divulgar dados que não são verdadeiros”
Os conflitos entre facções criminosas em presídios do Amazonas e Roraima geraram um alerta no sistema penitenciário de todo o País.
Em Mato Grosso, segundo o secretário, porém, a situação está “controlada”.
“Nós, aqui em Mato Grosso, estamos desenvolvendo uma política de investimento no setor de inteligência fruto de um desejo do governador Pedro Taques desde 2015. Esse trabalho conseguiu, não apenas controlar a situação até agora, mas acima de tudo contornar aqueles atentados de junho do ano passado sem que qualquer pessoa fosse morta”, disse.
Jarbas informou que inteligência já impediu, inclusive, mais de 50 mortes de detentos das unidades prisionais do Estado, em 2016.
“Nós temos várias ferramentas que nos oportuniza ter conhecimento de eventuais ações criminosas dentro do sistema prisional. A partir desse conhecimento, fazemos a remoção do detento que está jurado de morte e o levamos para outra ala, ou até unidade. Então, é uma série de medidas que estamos adotando desde 2015 para evitar exatamente aquilo que estão ocorrendo em outros Estados”, afirmou.
Superlotação
O secretário anunciou que o Governo irá promover uma força-tarefa junto com o Poder Judiciário e o Ministério Público do Estado (MPE) para liberar vagas no sistema prisional.
Atualmente, Mato Grosso possui 56 presídios, com 11.372 detentos. Desses, 41% são presos provisórios .
“Essa força-tarefa objetiva garantir o direito daqueles que estão cumprindo pena. Eles não podem permanecer presos por mais tempo que determinou a sentença. Então, havendo a possibilidade de progressão, ele sai do regime fechado para o aberto utilizando tornozeleira eletrônica”, disse.
“Além disso, o sistema prisional não pode ser preenchido com criminosos de menor potencial, nós temos que colocar atrás das grades aqueles que praticam crimes graves”, pontuou.
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