Duas cidades de Mato Grosso, Aripuanã e Alto Paraguai, ocupam posições preocupantes entre as cinco mais perigosas da Amazônia Legal, de acordo com o relatório “Cartografias da Violência na Amazônia”, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Floresta do Araguaia e Cumaru do Norte, ambas no Pará, lideram o ranking como as duas cidades mais violentas, seguidas por Aripuanã em 3º lugar e Alto Paraguai em 4º. Os municípios mato-grossenses apresentaram uma média de 80 mortes a cada 100 mil habitantes no triênio de 2020 a 2022, destacando-se pela incidência de violência letal.
A pesquisa revela que, entre 2020 e 2022, Aripuanã registrou uma média de 121,8 casos de violência letal a cada 100 mil habitantes, enquanto Alto Paraguai apresentou 110 casos no mesmo período. Ambas as cidades enfrentam desafios ligados à exploração madeireira e mineração, fatores que contribuem para o cenário alarmante.
A cooperação entre a Cooperativa de Mineradores e Garimpeiros de Aripuanã (Coopemiga) e a Agência Nacional de Mineração em 2020 evidencia a busca por regularizar a extração de ouro na região. Em Alto Paraguai, a localização estratégica na nascente do Rio Paraguai a torna propensa ao tráfico internacional de drogas, intensificando os desafios de segurança.
No contexto mais amplo, Mato Grosso figura como o 4º estado mais violento da Amazônia Legal, com uma taxa de 29,3 mortes violentas a cada 100 mil habitantes, superior à média nacional de 23,4. Em 2021, o estado registrou um aumento significativo de 18,9% nos casos de violência, totalizando 1.072 mortes violentas a cada 100 mil pessoas.
A Amazônia Legal, que engloba nove estados brasileiros, apresenta o Amapá como o estado mais perigoso, com uma taxa de 50,6 mortes a cada 100 mil habitantes. A cidade mais perigosa é Floresta do Araguaia, localizada no Sul do Pará.