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A Prefeitura de São Paulo desistiu de contratar hotéis para os times que participarão da Copa São Paulo de juniores de 2017 na capital e voltou atrás no Termo de Compromisso assinado com a FPF (Federação Paulista de Futebol) para apoiar a realização da competição, a maior e mais tradicional das categorias de base no Brasil. A federação, por sua vez, não concorda com o rompimento do acordo e cobra uma solução da administração municipal.
Com o impasse os times juniores do Goiás (GO), Figueirense (SC), Sete de Setembro (AL), Corissabá (PI) e Pérolas Negras (time formado por refugiados no Haiti que tem sede no Rio de Janeiro) ainda não têm onde hospedar-se. A Copa São Paulo acontece do dia 2 ao dia 26 de janeiro. Na edição deste ano tem 120 times distribuídos em 30 grupos com quatro times cada. A competição acontece em 29 cidades-sede do estado de SP, entre elas a capital.
A decisão da Prefeitura de cancelar a contratação, que incluía também refeições, lavanderia, transporte e outros serviços para as delegações, veio depois do UOL revelar uma suspeita de fraude na licitação que definiu os dois hotéis vencedores: o portal foi informado, cinco dias antes do resultado do certame, quais seriam os ganhadores, assim como o preço aproximado que teria sido combinado entre eles em espécie de cartel. Os hotéis e o preço da contratação foram conhecidos oficialmente na terça-feira passada (14). O valor acertado era 666% mais caro do que foi pago pela prefeitura pelo mesmo serviço no início deste ano.
Os hotéis San Raphael e Excelsior, ambos no Centro de São Paulo, sagraram-se vencedores da licitação — que estava em fase de habilitação até ser suspensa pela suspeita comunicada à Prefeitura pelo UOL. O valor total, para os dois lotes era de R$ 1 milhão. Para prestar o mesmo serviço no início deste ano o Excelsior, que na licitação passada ganhou os dois lotes sozinho, cobrou R$ 149 mil.
Na ocasião, o secretário de Comunicação de São Paulo, Nunzio Briguglio Filho, afirmou que a homologação dos hotéis vencedores do certame sob suspeita estava suspensa até que a Prefeitura apurasse se houve alguma irregularidade ou não. Na sexta-feira (16), porém, foi publicado no Diário Oficial da capital a revogação completa da licitação em função das suspeitas de fraude levantadas pelo UOL. O aviso de revogação traz ainda a informação de que, dado o impasse, seria impossível contratar os serviços a tempo do início da Copinha.
Federação não reconhece recuo e exige cumprimento de acordo
“Não haverá abertura de novo certame licitatório nem contratação emergencial”, confirmou em nota enviada à reportagem nesta segunda-feira (19) a assessoria de imprensa da prefeitura da capital. “As empresas foram inabilitadas, e o pregão cancelado”, afirma a Prefeitura. “
UOL registrou em cartório quem seriam vencedores de licitação: contratações foram canceladas